quinta-feira, 23 de abril de 2009

A força das palavras - Lya Luft

Palavras ofendem mais do que a realidade - sempre achei isso muito divertido. Palavras servem para criar mal-entendidos que magoam durante anos:
- Você aquela vez disse que eu...
- De jeito nenhum, eu jamais imaginei, nem de longe, dizer uma coisa dessas...
- Mas você disse...
- Nunca! Tenho certeza absoluta!
Vivemos nesses enganos, nesses desencontros, nesse desperdício de felicidade e afeto. No sofrimento desnecessário, quando silenciamos em lugar de esclarecer. "Agora não quero falar nisso", dizemos. Mas a gente devia falar exatamente disso que nos afasta do outro. O silêncio, quando devíamos falar, ou a palavra errada, quando devíamos ter ficado quietos; instauram-se, assim, o drama da convivência e a dificuldade do amor.
Sou das que optam pela palavra sempre que é possível. Olho no olho, às vezes mão na mão ou mão no ombro; vem cá, vamos conversar? Nem sempre é possível. Mas, em geral, é melhor do que o silêncio crispado e as palavras varridas para baixo do tapete.
Não falo do silêncio bom em que se compartilham ternura e entendimento. Falo do mal de um silêncio ressentido em que se acumulam incompreensão e amargura - o vazio cresce e a mágoa distancia na mesma sala, na mesma cama, na mesma vida. Em parte porque nada foi dito, quando tudo precisaria ser falado, talvez até para que a gente pudesse se afastar com amizade e respeito quando ainda era tempo.

Um comentário:

Carol (corpo) disse...

"Pior do que uma boca que cala, só um silêncio que fala."
Li o texto e lembrei dessa frase. ;P

Esse negócio do silêncio e de não se entender muitas vezes é medo de encarar os próprios sentimentos de frente! Tudo seria tão mais fácil se nos falassem tudo ao invés de ficarmos nesse joguinho de adivinhar o que o outro pensa/sente.
Mas como tu mesmo me disse: as relações humanas são realmente muito complicadas...

Corpo, só te digo uma coisa: relaxa e goza! ;D hauhauhaua

amei o cutout no teu layout! ficou bem mais lega! ;]

beijooo!